São Paulo. Chegou ao Brasil, ontem, o guia de turismo Dagnaldo Pinheiro Gomes, 36 anos, que havia sido preso no Egito sob acusação de proselitismo religioso, ou seja, propaganda e convencimento. Ele, que foi deportado na última quinta-feira, teria sido flagrado com bíblias e folhetos evangélicos.Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Cumbica, na região metropolitana de São Paulo, Dagnaldo afirmou que teve medo de ser torturado. "Tive medo de sair dali e ir para um lugar de tortura. Estava com prisioneiros que já tinham sido torturados. Eles sempre falavam: você pode ser torturado se a sua embaixada não lhe encontrar rápido", afirmou o brasileiro.
Ele disse que comia uma vez por dia, mas negou ter sido vítima de maus tratos. "Tinha direito a um pouco de comida uma vez por dia. Às vezes pedia água e eles não me davam, mas isso eu até entendo porque esse é o mês de jejum deles", declarou, referindo-se ao Ramadã.
Dagnaldo afirmou ainda que o material religioso que foi encontrado no seu carro estava em árabe. Porém, ele negou que fazia promoção de sua religião, o que é proibido no Egito. "No meu carro tinha um material cristão. Essa foi a acusação. É um material que qualquer cristão pode ter", disse o guia de turismo, que morou por mais de sete anos no país, onde era representante da agência de turismo Orientur, de Guarulhos (SP). Dagnaldo não poderá mais voltar ao Egito.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o guia foi visitado na prisão por diplomatas brasileiros.
Fonte:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=841635
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